Promotor
Câmara Municipal de Setúbal
Sinopse
Em 1826, com apenas dezassete anos de idade, Mendelssohn compôs a célebre abertura de concerto Ein Sommernachtstraum (Sonho de uma noite verãso), op. 21, inspirando-se na peça homónima de William Shakespeare. Mendelssohn lera o texto avidamente, com a sua irmã Fanny, numa tradução para o alemão efectuado por Schlegel. Uma versão inicial para dois pianos, escrita com o intuito de ser interpretada por si próprio e pela irmã, rapidamente assumiu um formato orquestral, tendo sido estreada em Stettin, a 29 de abril de 1827, num concerto dirigido por Carl Lowe. O sucesso que esta obra imediatamente obteve reflete a precoce genialidade de Mendelssohn - tão frequentemente comparada à de Mozart ou Schubert -, cuja elevada aptidão lhe permitiu escrever uma obra de superlativa competência técnica, profundeza emocional e invulgar originalidade, sendo aliás uma das mais notáveis composições sinfónicas de todos os tempos.
Nos estreitos limites de uma estrutura formal classicista - mais precisamente a forma-sonata - Mendelssohn consegue transmitir, de forma notável e através de uma rica multiplicidade temática, a duplicidade do universo feérico e da sociedade humana. A 24 de junho de 1829, durante uma prolongada estada em Londres, Mendelssohn dirigiu a estreia inglesa da abertura Sonho de uma noite de verão. Não lhe poupando elogios, a crítica referiu-se a esta obra como "brilhante em genialidade e em efeitos". Dezasseis anos distam entre a estreia da referida abertura e a composição da música incidental de Sonho de uma noite de verão, op. 61, escrita por Mendelssohn em 1843 a pedido do rei Frederico Guilherme IV da Prússia que tinha como objetivo o incremento cultural e artístico da alta sociedade prussiana, através do contacto com versões renovadas das grandes obras dramáticas. Foi estreada em Potsdam, em 1843, num concerto privado a que o rei assistiu. Quatro dias mais tarde, a peça foi apresentada publicamente em Berlim, numa produção do dramaturgo Ludwig Tieck. A música escrita por Mendelssohn, que inclui entreatros orquestrais, canções, danças, marchas e breves melodramas, sublinhava os principais momentos da ação dramática da peça homónima de Shakespeare.07 A abertura anteriormente escrita foi incorporada na composição de 1843, tendo servido ainda como fonte de inspiração temática da obra. Excetuando a abertura, todo o primeiro ato decorre sem música. Um animado Scherzo introduz o segundo ato, anunciando a reuniã das fadas do bosque, ao que se segue o melodrama "Over hill, over dale". A marcha das fadas anuncia a entrada em palco de Oberon, Rei das Fadas, e da Rainha Titânia. Um intermezzo assume a função de transição entre o segundo e o terceiro atos.(...)
Ficha Artística
Mezzo Soprano : Catia Moreso
Soprano: Patrycja Gabrel
Atores: Paula Lobo Antunes e Luís Madureiera
Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Maestro: Michael Zilm